Mano Penalva, Manopenalva, Estado Sul, Balneário, Arte Contemporânea, Contemporary Art, Escovas, Lembrança Popular, 2017, Pedro Antônio Heinrich, Franck James Marlot, POP Center, Porto Alegre
Mano Penalva, Manopenalva, Estado Sul, Balneário, Arte Contemporânea, Contemporary Art, Escovas, Lembrança Popular, 2017, Pedro Antônio Heinrich, Franck James Marlot, POP Center, Porto Alegre

Balneário Sul, 2017, Lona e escovas, 600 x 400 x 150 cm

Mano Penalva, Manopenalva, Estado Sul, Balneário, Arte Contemporânea, Contemporary Art, Escovas, Lembrança Popular, 2017, Pedro Antônio Heinrich, Franck James Marlot, POP Center, Porto Alegre

 ESTADO SUL

Mano traz na exposição Estado Sul um conjunto de trabalhos construídos a partir de um olhar sobre as coisas do mundo. Além de uma situação física, Estado Sul traz a condição de uma maneira de ser. Um convite a pensar o Sul a partir do Sul. Materiais e objetos são arranjados, estruturados ou encostados a partir de um deslocamento considerado como um estado normal - plásticos, objetos ordinários e gestos são reorganizados como fragmentos de uma composição precisa. 

Ao andar pela exposição, todos trabalhos são compostos por coisas que parecem já terem sido vistas em algum outro lugar - seja uma sacola ou uma marca gestual. No trabalho de Mano Penalva percebe-se comumente uma espécie de "quebra da normalidade” dos objetos - capacidade de reconfiguração surpreendente e inesperada, quando os mesmos deixam suas funções primeiras e imprimem novas possibilidades e formas de pensar a existência.

No trabalho de Penalva tudo é um jogo justo, indicando um interesse na forma cotidiana de improvisação urbana - uso decorativo e prático do material, o que reflete as realidades sócio-econômicas e culturais da população.

Estado Sul é espacialmente dividida em 2 ambientes e uma ação onde o artista insere mil sacolas em circulação na cidade. 

A partir da observação da imagem do Laçador presente em souvenirs do comércio de Porto Alegre, durante a residência no Pop Center, o artista desenvolveu o trabalho Lembrança Popular. Duas sacolas de ráfia com serigrafias em preto, trazem a imagem de dois vendedores do Centro da capital. Estas trazem a imagem de um homem e de uma mulher que comercializam produtos na região central, lembrado a importância da figura popular como valor simbólico e "patrimônio cultural’’. A escolha dos personagens se dá a partir da observação de uma espécie de performance do cotidiano urbano do povo que ocupa as ruas e circulam com a venda de seus produtos. 

Além de uma homenagem aos pioneiros de uma conquista e de um estabelecimento do Estado do Rio Grande do Sul - representada pela figura do Laçador - o artista amplia e problematiza sobre a representação do que é ser popular. Assim, esse trabalho que tem também como função o transporte, passa a ser um elo entre a sociedade e esta imagem, desmistificando o seu entendimento social.

No primeiro ambiente, a instalação Balneário Sul ocupa uma área de 24 metros quadrados, onde 40 mil escovas empilhadas formam uma base piramidal, construída em conjunto com lojistas, estudantes e passantes do Centro Popular. Esta estrutura é formada por sonhos escritos em papeis que foram colocados dentro das escovas durante a construção do trabalho. No seu topo, cerca de 600 cartões e panfletos dos lojistas do POP Centercompõem um campo plural.

No segundo ambiente, é apresentado um conjunto de trabalhos criados a partir de produtos e materiais que são provenientes de diversos lugares do Brasil e do exterior, ressaltando aspectos da cultura nacional, especialmente devido à apropriação de alguns itens que nos são familiares, mas com significados ampliados, extrapolando fronteiras através das combinações propostas pelo artista com um senso de invenção formal altamente matizado.

O trabalho de Mano nos faz pensar sobre a trajetória do objeto desde sua criação aos múltiplos usos. Os materiais desdobrados em novas funções sugere uma questão reflexiva sobre o que a arte pode problematizar. Nesse caso, Estado Sul propõe, num momento e ambiente ideal, uma ampliação do significados do que é ser popular.

Franck James Marlot, Abril, 2017

POP Center, Porto Alegre

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Lembrança Popular, 2017, Sacola de ráfia e serigrafia, 63 x 35 cm

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